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25/05/2015

Profissionalização para o mercado de energias é destaque no RN

Com o potencial do Rio Grande do Norte em explorar a produção de energia por meio de fontes alternativas, como eólica e solar, foi despertado a necessidade de capacitar mão de obra especializada no segmento. Para atender uma demanda recém criada de profissionais capacitados em energias renováveis foi implantado um modelo único no Brasil, que uniu a iniciativa privada, representada pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI) e a Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern), com a maior indústria de energia do Brasil, a Petrobras, o Centro de Tecnologia de Gás e Energia Renovável (CTGAS-ER).

Cândida Amália Aragão, diretora executiva do CTGAS-ER, afirmou que já foram realizados 16 cursos na área de renováveis, entre curta e longa duração. A construção da matriz curricular dos cursos voltados para energia eólica iniciaram em 2010, quando foi formatado o Comitê Técnico Setorial, indústrias de energia eólica, especialistas, órgãos de classe, universidades que apontam o que o mercado irá demandar do profissional.

 

“Os cursos começaram a ser realizados em 2011, de curta ou longa duração. O estudante tem acesso à Introdução as Tecnologias Renováveis, Uso Eficiente de Energia, Gestão de Negócios para Central de Operações de Energia, Fundamento de Geração Eólica, Operação de Monitoramento de Energia Eólica, dentre outros. São cursos, em sua maioria à distância, acessível a pessoas maiores de 14 anos e que tenham o Ensino Médio completo”, disse Amália que acrescentou, “o curso mais

Cândida Aragão destaca pioneirismo do CTGAS-ER na formação técnica especializada em energias renováveis (Foto: Wellington Rocha)

extenso é em Técnico de Sistemas de Energias Renováveis, através do Pronatec, onde só tem três estados ofertando o curso”. Outro curso fornecido pela instituição é de especialização Técnica em Energia Eólica, semipresencial, com alunos de todo o Brasil.

 

Com tantas opções educacionais, o CTGAS-ER já formou 1.674 profissionais e outros 177 na especialização técnica. “Isso é uma oportunidade. Os cursos são bastante procurados. Agora esse segmento exige que a pessoa tenha um conhecimento técnico básico bom. Nós ofertamos esses cursos para alunos egressos de técnico em mecânica, automação, eletrotécnica, sendo um pré-requisito”, detalhou a diretora da instituição.

 

“Além de formar um profissional capacitado e que seja absorvido pelo mercado de trabalho, visamos que ele saia do curso com competência suficiente para realizar o trabalho do jeito que a empresa precisa. Não adianta matricular, fazer cursos, entregar o certificado, e quando chegar à empresa, ele não estar preparado para desempenhar o papel. Por isso que a gente ouve da empresa que tipo de profissional deseja, o perfil, as qualificações, desenhando o curso para atender a necessidade da empresa”, argumentou.

 

Segundo Daniel Faro, profissionais de outras áreas estão migrando para o setor de energia (Foto: Wellington Rocha) 

O responsável técnico de energia eólica do CTGAS-ER, Daniel Faro, acrescentou que muitos dos alunos já são técnicos em outras áreas, engenheiros, que buscam o aperfeiçoamento, para que no futuro possam trabalhar na área. “Diante dos relatos a gente verifica que os alunos regressos estão tendo bastante sucesso, alguns contratados por empresas que atuam aqui e outros que foram deslocados do estado para ser supervisor em outras regiões”, declarou.

 

Sobre o mercado de trabalho, Cândida Amália comentou que a mão de obra não é totalmente absorvida pelo mercado, explicando que na fase de construção de parques eólicos, na qual é aplicada uma tecnologia mais avançada, são convocados engenheiros. Quando inicia a operação dos parques, aumenta a demanda por técnicos, que vão desde

técnico em segurança, mecânica, eletrotécnico. “Nós formamos profissionais para toda essa cadeia”, garantiu. Ela comentou que boa parte dos alunos está empregada, “existe mercado, mas tem que ser bom”.

 

Para entender a rotina dos parques eólicos, o CTGAS-ER investe em laboratórios didáticos nas áreas de eletrotécnica, mecânica e automação, sempre com tecnologias atualizadas, além disso, realizam visitas-aulas nos parques eólicos construídos no RN. Daniel Faro complementou sobre um equipamento especifico que permite avaliar se o aerogerador diante de uma falha na rede se mantém sem se desligar, sendo o único no Brasil.

 

Porém, a expectativa é construir um laboratório didático de eólica, onde todos os componentes que fazem parte de um parque eólico estarão presentes na instituição em tamanho real, como uma torre. Segundo Cândida, o projeto, com investimento de R$ 5 milhões, está em andamento e aguarda aprovação do Senai Nacional.

 

“Com essa estrutura podemos oferecer o curso de operador e mantenedor de parque eólico, uma especialização técnica. O aluno vai colocar a mão na massa, entrando na máquina, subindo na torre, conhecer a realidade. O projeto já foi desenhado, cinco professores do CTGAS-ER foram treinados no instituto mais reconhecido no mundo nessa área na Alemanha”, afirmou.

 

Além do investimento material, a instituição investe no quadro de docentes, sendo de 15 a 20 permanentes e um leque para disciplinas pontuais, de extra quadro. Alguns desses professores vêm da própria indústria, que tem o conhecimento na prática, dentro dos parques.

 

Além da capacitação, o CTGAR-ER desenvolve projetos de pesquisa aplicada, onde testam tecnologias. Um dos experimentos foi a montagem de um parque eólico piloto em Guamaré, que o Centro junto com a Petrobras, acompanhou a elaboração, construção, instalação e a operação do Parque Mangue Seco. Outro serviço disponível é a assessoria na elaboração do projeto, monitoramento de qualidade e velocidade do vento, com uma equipe preparada para estudar a energia eólica.

Para a energia fotovoltaica, ainda não há nenhum curso aplicado. Cândida Amália explicou que por ser algo novo, a entidade esta se preparando. “Estamos na fase do trabalho com os comitês técnicos, conversando com os especialistas, com as empresas, reunindo com os segmentos,para saber quais são as ocupações que esse segmento irá demandar”. A previsão é que até o final de 2015 este trabalho seja finalizado e que em 2016 os cursos comecem a ser oferecidos.

 

O Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis surgiu através de um contrato de consórcio criado, em 2002, entre o Senai Nacional, o Senai RN e a Petrobras, para a implantação de um centro de alta tecnologia para área do gás. Com o advento das energias renováveis foi inserido, em 2009, no escopo do CTGÁS as energias renováveis, com objetivo de contribuir para diversificar e fortalecer a matriz energética do país.

Prédio do CTGAS-ER é exemplo de utilização de energia solar na indústria (Foto: Wellington Rocha)

Vencedor

Josimário Gameleira dos Santos sentiu a necessidade de investir na sua carreira e alcançar outros patamares profissionais. Com o crescimento das energias renováveis no Brasil, Josimário optou pela energia eólica. Nessa mudança, ele ficou receoso em apostar em um mercado que estava engatinhando no país, mas não desistiu.

 

“Foi uma aposta que fiz com intuito de agregar mais conhecimento de um novo setor que é promissor aqui no Brasil. Veio a ideia de investir em energias renováveis com o propósito de crescer profissionalmente com energias limpas e promissoras”, disse confiante.

 

O primeiro passo foi se especializar, então procurou o CTGAS-ER, indicado por colegas ex-alunos da instituição. “Escolhi o CTGAS-ER por ser uma instituição conceituada na área de energias renováveis, é referência em renováveis aqui no Brasil, apostei fortemente na instituição para me especializar na área”, justificou.

Gameleira escolheu o curso de Especialização técnica em energia eólica e logo no início, enxergou uma demanda de mercado, com remuneração média de R$ 3 mil. Ele afirma que o conhecimento é a chave para abrir as portas do sucesso, agregando experiências.

 

“Minhas expectativas no início do curso eram de agregar mais conhecimentos para que consequentemente pudesse ingressar no setor eólico, com conhecimento necessário para atender ao novo mercado. Minhas expectativas foram alcançadas”, garantiu.

 

Mas engana-se quem pensa que Josimário Gameleira vai parar de adquirir conhecimento na área de eólica. Para ele, o conhecimento dos mais diferentes processos agrega a experiência necessária para o crescimento no setor eólico, abrindo um vasto leque de oportunidades para a carreira profissional.

 

Hoje, o técnico eletromecânico pretende buscar mais experiência no setor, galgando novas oportunidades. “Quero chegar ao meu objetivo final, quero me tornar supervisor de manutenção”.

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